DENTRO DE VOCÊ...

Há algum tempo, um vendedor de balões infláveis vendia seu produto em uma movimentada praça. Quando as vendas diminuíam, soltava um desses balões.Ao flutuar no ar, despertava a curiosidade das pessoas e reaquecia as vendas por alguns minutos. Alternava as cores; primeiro soltava um branco, logo um vermelho e depois um amarelo.
Passado algum tempo, um menino negro puxou a manga de seu paletó, olhou nos olhos do vendedor e fez uma pergunta penetrante:
- Senhor, se soltasse uma bexiga preta ela subiria?
O vendedor de balões olhou para o pequeno com compaixão, sabedoria e compreensão e disse:
- Filho, o que faz o balão subir é o que está dentro dele.
É realmente impressionante como o ser humano tem a capacidade de julgar a tudo pela aparência externa. A supervalorização da imagem externa é uma grande responsável por problemas que adoecem a humanidade, e seus relacionamentos. Ao criar um estereótipo produzido a partir da aparência, deixamos de considerar os vários defeitos, pertencentes a todos, escondidos através do plano físico. Então, ao nos depararmos com essas falhas, surgem as decepções que provocam as divisões. É fácil ver como belas capas podem esconder finais desastrosos para uma história. É o caso do rei Saul o primeiro rei de Israel que a Bíblia descreve como “jovem de boa aparência, sem igual entre os israelitas; os mais altos batiam nos seus ombros” – 1 Sm 9:2, e que devido a sua insubmissão a Deus, foi rejeitado por ele.
Após sua desobediência, Samuel partiu a Belém para casa de Jessé, de acordo com a ordem que havia recebido de Deus; para ungir um de seus filhos, que viesse substituir Saul e estabelecer definitivamente o reino. Um rei temente a Deus, sábio, corajoso, forte e vigoroso, que governasse o povo de Deus de acordo com a Sua vontade. O ungido agruparia todas essas características, e mais outras, que o faria um grande líder para o povo de Israel.
Ao ver Eliabe, um dos filhos de Jessé, Samuel pensou estar diante do futuro rei de Israel, mas Deus o advertiu:
O Senhor, contudo, disse a Samuel: “Não considere sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como vê o homem, o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração”. – 1 Sm 16:7
É triste ver, como ainda a embalagem pesa mais que o conteúdo. Muitas vezes o preconceito impede nossa expansão. Por exemplo, se existe uma pessoa, que necessita de ajuda, mas não corresponde aos nossos padrões de perfeição, ela simplesmente será ignorada.
O mundo criou e dissemina um padrão estético que está através da mídia assustadoramente tomando as mentes.

A escolha de Davi como novo rei demonstra a ênfase divina nas características interiores, e não exteriores. O status de Davi na família era tão pequeno que nem sequer foi chamado para encontrar-se com Samuel. Davi era simplesmente o filho mais moço, que cuidava das ovelhas nos campos. No entanto, ele foi escolhido por Deus para ser o rei de Israel, para realizar grandes feitos e fazer parte da linhagem da qual viria Jesus que Deus enviaria a Israel. Deus, é claro, não via Davi como sua família o via.
Não se julga o potencial de uma arvore pelo seu tamanho e sim pela qualidade de seus frutos. Nesta metáfora a arvore pode ser você!
Conta-se que os deuses da Grécia Antiga, temerosos de que os homens descobrissem seu PRÓPRIO POTENCIAL e ciumentos de que assim pudessem chegar ao nível deles(deuses), realizaram uma longa reunião para decidirem a maneira mais concreta de ocultar aos homens esse potencial.
Várias foram as propostas. Houve quem pensou em esconder o potencial humano nos abismos mais imperscrutáveis dos oceanos, mas foi lembrado que, no futuro, o homem penetraria o fundo dos mares.
Apresentou-se, também, quem propôs ocultar este potencial nas montanhas mais altas da Terra, mas tal proposta não foi aceita, porque o homem, em um dia não muito distante as escalaria.
Outro sugeriu esconder tal riqueza humana na Lua, mas salientou-se que o homem no futuro iria habitá-la.
Por fim, todos aceitaram uma estranha proposta: todo aquele poder incomensurável, “o potencial humano”, deveria ser escondido... Dentro do próprio homem.
Como justificativa para tal resolução os deuses disseram: "O homem é tão distraído e voltado para fora de si que nunca pensará em encontrar seu potencial máximo dentro do seu próprio ser.
Efetivamente o vendedor de balões tinha razão.
Pense naquilo que você carrega aí dentro de você e não se esqueça: “O que está dentro de você é o que lhe fará subir”.

Por Leonardo Pessoa


DO QUE VOCÊ TEM MEDO?


“NÃO SEI O QUE É MEDO, interrompeu ela com ingenuidade.
- Sim? Não a supunha valente. Pois eu sei o que ele é. O Medo? O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito desfaz-se; basta uma simples reflexão”.
(Machado de Assis em "Helena").

Você pode surpreender-se ao saber que Franklin Delano Roosevelt era aristocrata de nascimento. Contudo, seus pais ricos e influentes criaram-no sabiamente para acreditar que os privilegiados devem assumir maior responsabilidade em ajudar os menos afortunados.
Embora fosse um adolescente tímido, Roosevelt desabrochou ao cursar a Universidade Harvard, onde contribuiu para a vida do campus com seu desenvolvimento nos esportes e no jornal da escola.Roosevelt já se havia tornado um servidor público ilustre tendo servido como deputado estadual e ministro adjunto da marinha, quando a tragédia o atingiu - ele sofreu um severo ataque de poliomielite. Os dias sóbrios que se seguiram deixaram-no numa confusão de dor física.Mas um Roosevelt determinado, cuja carreira muitos observadores acharam ter-se encerrado, arregimentou o que mais profundo havia em sua coragem pessoal, readquiriu o uso das mãos e aprendeu a andar com o apoio de aparelhos.Durante sua convalescença o medo do fogo atormentou Roosevelt - medo de ficar preso num prédio em chamas. Tendo sua vida já devastada, quem o culparia se ele passasse o resto de seus dias em auto-piedade? Em vez disso, ele lutou para vencer sua deficiência e conquistar seus temores.Oito breves anos depois, ele tornou-se governador do Estado de Nova Iorque. E apenas onze anos após ter sido atacado pela moléstia e paralisado, após suportar inúmeros meses de fortes dores, após muita insistência para que se aposentasse, Franklin Delano Roosevelt - homem de temor e coragem, prestou juramento como trigésimo segundo Presidente dos Estados Unidos da América.Neste momento, o país estava mergulhado na Grande Depressão, muito maior do que estão enfrentando hoje com a quebra dos bancos americanos. Um em cada quatro homens estava desempregado, muitos não tinham dinheiro para comprar alimento para famílias, e muitos haviam perdido suas casas.Como as pernas de Roosevelt, o país estava aleijado pelo medo. Quem melhor do que ele poderia simbolizar a paralisia que as pessoas sentiam? Por toda a parte, homens sentiam as garras cruéis do terror.Foi contra esse cenário de fundo que Franklin Delano Roosevelt arrastou-se até o microfone e proferiu o discurso inaugural mais absorvente deste século: “A única coisa que devemos temer é o medo”.Felizmente, nem todos optaram pela segurança. Alguns venceram, a despeito dos riscos. Alguns atingiram a grandeza, a despeito da adversidade. Recusaram-se a dar ouvidos a seus temores. Nada do que alguém disse ou fez conseguiu frustrá-los.
Falta de capacidade ou abundância de desapontamentos não precisam desqualificar a pessoa! É como Ted Engstrom escreve, com muito discernimento:
“Estropie o homem, e você terá um Sir Walter Scott. Enterre-o nas neves de Valley Forge, e você terá um George Washington. Eduque-o em pobreza abjeta, e você terá um Abrahan Lincoln. Atinja-o com poliomielite e ele se torna Franklin Roosevelt. Ensurdeça-o e você terá um Ludwig Van Beethoven. Chame-o de aprendiz lerdo, “retardado” e dispense-o por ser incapaz de aprender, e você terá um Albert Einstein”. Existe um poema do Augusto Cury que diz assim: Desejo que você Não tenha medo da vida,tenha medo de não vivê-la.Não há céu sem tempestades, nem caminhos sem acidentes. Só é digno do pódio quem usa as derrotas para alcançá-lo.
Só é digno da sabedoria quem usa as lágrimas para irrigá-la. Os frágeis usam a força; os fortes, a inteligência.
Seja um sonhador, mas una seus sonhos com disciplina, Pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas”.
...o medo é um microscópio que aumenta o perigo.
Por Leonardo Pessoa


NÃO DIGA; EU NÃO TENHO NADA A VER COM ISSO


Um rato olhando pelo buraco na parede vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo em que tipo de comida poderia ter ali. Ficou aterrorizado quando descobriu que era uma ratoeira.
Foi para o pátio da fazenda advertindo a todos:
- "Tem uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa." A galinha, que estava cacarejando e ciscando, levantou a cabeça e disse:
- "Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que é um grande problema para o senhor, mas eu não tenho nada a ver com isso, não me prejudica em nada, não me incomoda."O rato foi até o porco e disse a ele:
- "Tem uma ratoeira na casa, uma ratoeira."
- "Desculpe-me Sr. Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas preces."O rato dirigiu-se então à vaca. Ela disse:
- "O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!" Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu que a ratoeira pegou a cauda de uma cobra venenosa. A cobra picou a mulher.O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal a galinha.Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e muitas Pessoas vieram visitá-la.Muita gente veio vê-la o fazendeiro então sacrificou a vaca para alimentar todo aquele povo.
As situações a nossa volta influem direta ou indiretamente nossas vidas.
Não tenho nada a ver com isso, foi o que disse um grande dono de frotas de carroças antes de falir quando Richard Trevithick inventou a primeira locomotiva. As empresas de propaganda disseram o mesmo quando um homem chamado Robert Adler inventou o controle remoto. Não temos nada a ver com isso! Será que não? Pois bem, antes do controle remoto não se tinha a preocupação de investir em produção nos comerciais, por que era realmente terrível ter que levantar da poltrona toda hora para mudar de canal, mas depois do controle remoto houve um esforço monstruoso das empresas de propaganda para chamar a atenção do publico, que agora não se sentia obrigado a assistir o mesmo canal nos intervalos.
Não tenho nada a ver com a política! Foi o que eu disse quando o Collor se elegeu. Então ele roubou o dinheiro da poupança do meu pai e a minha família passou por muitas dificuldades na época. Não tenho nada a ver com a política disse isso também quando o Maluf se elegeu prefeito de são Paulo em 1993, afinal de contas eu não votava mesmo! Só que na época ele não investiu nada na educação, e olha o que aconteceu tem um mês que fui assaltado por dois jovens com idade de 15 a 17 anos que pela aparência não freqüentavam nenhuma instituição de ensino. A Varig está quebrando dizia a reportagem do jornal, e eu dizia; não tenho nada a ver com isso. Minha esposa que na época era minha noiva ficou desempregada e até hoje não recebeu seus direitos.
Não tenho nada a ver com isto? Quantas vezes já ouvi esta frase, eu mesmo a disse varias vezes.
Será que é medo de responsabilidade? Mario Quintana disse: “O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso”.
Paulo diz que todos somos parte de um corpo em I Cor 12: “corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. Se o pé dissesse: «Uma vez que não sou mão, não faço parte do corpo», nem por isso deixaria de pertencer ao corpo. E se o ouvido dissesse: «Uma vez que não sou olho, não faço parte do corpo», nem por isso deixaria de pertencer ao corpo. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfato? Deus, porém, dispôs os membros no corpo, cada um conforme lhe pareceu melhor. Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Há, pois, muitos membros, mas um só corpo. Não pode o olho dizer à mão: «Não tenho necessidade de ti», nem tão pouco a cabeça dizer aos pés: «Não tenho necessidade de vós.» Pelo contrário, quanto mais fracos parecem ser os membros do corpo, tanto mais são necessários, e aqueles que parecem ser os menos honrosos do corpo, a esses rodeamos de maior honra, e aqueles que são menos decentes, nós os tratamos com mais decoro; os que são decentes, não têm necessidade disso. Mas Deus dispôs o corpo, de modo a dar maior honra ao que dela carecia, para não haver divisão no corpo e os membros terem a mesma solicitude uns para com os outros. Assim, se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria”.
Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito lembre-se que, quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco.

Por Leonardo Pessoa