Jesus Cristo, a grande razão de celebrarmos o natal.



“Glória a Deus nas alturas, e paz na terra entre os homens...” Lc 2:14

Foram essas as palavras daquele coral celestial anunciando o nascimento de Jesus. Essa é a última vez que Deus fala por intermédio de anjos, no dia em que Deus se fez homem. A partir dali não era mais necessária nenhuma mediação angelical entre Deus e os homens, por que através de Jesus Cristo Deus se tornou humano.

Para se relacionar com a humanidade Deus que é onipresente se limitou a um só lugar, se esvaziou até o ponto em que coube num berço, o infante Jesus é o resultado de todo esse esvaziamento de Deus.

No natal Deus se fez tão próximo que recusamos acreditar, que era realmente ele. Esperávamos “um deus” que demonstra-se  poder e glória e recebemos um menino que não fez questão de receber as glórias por sua filiação e revelou-se em uma manjedoura.

Por essa razão o natal nos lembra que Deus pode ser visto e celebrado no outro. É festa de inclusão, onde socializamos não só o pão, mas o amor através da troca de presentes, dos abraços e dos desejos de um novo ano melhor.

Também é época de reconciliação e paz. Jesus é a encarnação da paz, o príncipe da paz. Os religiosos acreditam, erroneamente, que no mundo só haverá paz quando formos iguais a Deus. O natal nos lembra que Deus agora é humano e por isso não existe mais qualquer cobrança.

Deus não se travestiu de gente, ele encarnou, viveu, conviveu, sangrou e morreu. E se existe alguma exigência de Deus é essa; que vivamos plenamente e nos relacionemos uns com os outros.

 John Lennon em um trecho da sua música Merry Christmas (War is Over) diz assim:
“E então é Natal; E o que nós fizemos?”

É natal, e o que fizemos? Vamos viver, nos relacionar, amar e contribuir para que Jesus nasça no coração das pessoas. É natal, e o que faremos? Sejamos o consolo e a felicidade de alguém, transformemo-nos em uma extensão do braço de Deus. Presenteando com um abraço ou um beijo, abençoando os que sofrem, promovendo a justiça e sinalizando a paz.

O natal é a consciência de que existe outro jeito de viver, que existe outra forma de se relacionar, existe outra forma de ver a pessoa que está ao meu lado. Ao menos uma vez no ano entendemos o que Deus realmente quis dizer.

Por Leonardo Pessoa

Deus além dos Sentidos


Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria o mal, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Tenho a certeza que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias”. Salmo 23: 4-6 (Bíblia NVI).

Quando nascemos nossos sentidos se afloram, por uma questão lógica penso que o primeiro seja o tato depois audição, visão, olfato e acredito que por último seja o paladar. É provado que o Ser quando nasce não tem percepção de paladar, não diferencia o doce do amargo nosso cérebro é quem faz essa associação com o passar dos anos, isso também acontece com o olfato.

Doce é bom o amargo ruim, essa associação é feita naturalmente. Acredito que seja esse o porquê adoço o leite do meu filho recém nascido?

Somos seres sensoriais, trazemos para nossa vivência somente o que é percebido pelos sentidos. Tato, audição, visão, olfato e paladar. Nos relacionados com a realidade a nossa volta, tendo como mediador os sentidos físicos. Esse relacionamento mediado pelos sentidos gera em nos sensações que descrevemos como boas ou ruins.

Só podemos afirmar como real aquilo que nossos sentidos percebem. O ar, com exceção de São Paulo, é um bom exemplo. O ar é invisível e inodoro sei que ele existe pelo fato de poder senti-lo.

Difícil é perceber Deus da forma que somos habituados a perceber todas as demais coisas na vida. Deus é intangível, não possui densidade não pesa é incolor e inodoro, não é quente nem frio, duro ou fofinho.

Eu não posso dizer fisicamente se Deus é real, se está ou não está ou se é bom ou não. Várias foram às vezes que ouvi que Deus estava em determinado lugar, mas não consegui vê-lo, ouvi-lo ou sequer senti-lo.

Nosso crivo para saber se Deus está ou não está em determinado lugar são as sensações obtidas ou não neste ambiente. Se eu sinto Deus está, se não sinto nada não está.

Quando sei que Deus é bom? Deus é bom quando o resultado da minha confiança em Deus me beneficia imediatamente. Por exemplo; dei o dizimo e Deus me deu em dobro, devido a uma circunstância perdi o emprego mais rapidamente encontrei outro melhor etc.

Nossa relação com o divino está impregnada com esses conceitos que aplicamos com sucesso no cotidiano quando vamos comprar e comer etc. Estou com sentido fome, vou a um restaurante sacio minha fome; se me senti bem neste lugar volto ao mesmo restaurante outras vezes se não, não volto.

Não devemos basear nossa caminhada com Deus nas circunstâncias e sensações que tivemos ou teremos. Nosso contato com Deus é mediado pela fé. O que é a fé senão o grande conflito de crer que algo é ou será apesar das sensações e circunstâncias dizerem o contrário.

Infelizmente nos dias atuais Deus precisa se mostrar evidente em nossas circunstâncias e sensações para que se creia nele. Temo que não sejamos capazes de andarmos com Deus aquém das evidências e as sensações adversas do dia-dia crendo em sua bondade.

Até no momento de nossa celebração buscamos uma boa sensação, como um arrepio gostoso para que tenhamos a confirmação de que Deus é bom e que está no meio de nos.

Quero a consciência do salmista, mesmo passando pelo vale da sombra da Morte ter a certeza da bondade e da misericórdia de Deus sobre minha vida todos os dias.

Ouvi certa vez o Pastor Ricardo Gondim dizer assim: "Eu não sinto Deus, eu sei Deus!"

Que Deus me ajude a ter essa consciência. Quero andar com Deus acreditando no seu amor, bondade e misericórdia ainda que as evidências e circunstâncias a minha volta apontem ao sentido contrário.

Posso ouvir um amém?

Por Leonardo Pessoa