Pecadores Anônimos

Pouco antes de meu filho Lucas nascer eu fazia um curso de Inglês em um centro católico de ensino. Este local também servia de sede para um grupo dos Alcoólicos Anônimos ou AA.

{Alcoólicos Anônimos é uma Irmandade mundial de homens e mulheres que se reúnem para alcançar e manter a sobriedade através da abstinência total de ingestão de bebidas alcoólicas.Os novos membros do AA são encorajados a não beber "um dia de cada vez". Através de exemplos, testemunhos e pelo companheirismo concentram-se em não beber hoje. Ao se afastarem da bebida, começam a cuidar de uma parte da doença. Anunciam aos seus membros “Nossos corpos têm uma chance de melhorar”}.


Algumas das salas usadas pelo AA também eram usadas pela minha turma. Um dia olhando os cartazes deparei-me com um que mostrava os doze passos propostos aos Alcoólatras anônimos.

É claro que apenas alguns passos não reabilitam ninguém, mas o primeiro me chamou a atenção.

“Admitimos que éramos, e somos impotentes perante o álcool - que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas”.

Ou seja, ou eles admitem que tem um problema ou estão perdendo tempo de estar ali.

Nossa maior dificuldade é admitir problemas, admitir que fizemos a coisa errada, em diversas áreas; conjugais ou não, comercias ou não, espirituais ou não.

No que diz respeito a espiritualidade; quanto tempo é desperdiçado nas nossas reuniões  religiosas, com a evocação de poderes sobrenaturais, possessões com línguas estranhas e pedidos de restituições divinas. (Se quer saber mais sobre isso acesse o blog do meu amigo Keiker: http://vozdedenuncia.blogspot.com/2010/05/restitui.html). 


Não existe mais um espaço para a reflexão pessoal e comunitária; a idéia não era reconhecermos que somos pecadores e que precisamos de ajuda para desenvolver nossa humanidade, pois perdemos o domino próprio? Estar em algumas reuniões religiosas hoje têm se tornado uma grande perda de tempo.

Acredito que o primeiro passo para nossa reabilitação com Deus acontece quando conseguimos dizer: “Miserável homem que eu sou!” E reconhecemos realmente que somos incapazes de não pecar. 

É preciso admitir que não conseguimos fazer as coisas certas e deixar de fazer as coisas erradas. “...Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim”. (Romanos 7: 17-20 NVI)

Paulo diz que o grande problema que eu tenho sou eu mesmo, não é o que faço ou deixo de fazer, é o que eu sou.  

Preciso assumir que tenho um problema e procurar ajuda, sou um pecador. Não estou fazendo o que deveria fazer, não estou desenvolvendo minha humanidade. Preciso de auxilio divino e dos irmãos. Meu pecado não pode ter domínio sobre mim. 
Quando foi que o pecado começou a tomar espaço na minha vida? Quando decidi trilhar por caminhos de morte.

Na cena do Éden o homem está entre a arvore da “vida” e a arvore do conhecimento do bem e do mal, a qual continha um fruto com sabor de “morte”. O que há entre a vida e a morte? Nada, não há nada. O mito do éden mostra o homem entre algo que pode lhe dar vida e algo que pode lhe causar a morte. E que o homem escolhe o caminho de morte.

Os filhos de Deus são encorajados por ele a trilhar por caminhos de vida e vida abundante, são encorajados a deixar o pecado "um dia de cada vez", negando-se a si mesmos dia após dia. E através de exemplos, testemunhos e pelo companheirismo concentram-se em não pecar hoje. Ao se afastarem do pecado, começam a manifestar os dons do Espírito Santo. Anunciam aos seus irmão “Nos temos a chance de melhorarmos como pessoa, e a desenvenvolver nossa humanidade”.

É necessário enfrentar a nos mesmos, admitir que éramos, e que sem a ajuda divina somos impotentes perante o pecado, que estamos perdendo o domínio sobre nossas vidas.

Nossas fraquezas e pecados roubam nossa humanidade. Lute contra isso; um dia de cada vez.

Por Leonardo Pessoa

Miserável salvo que sou!

...amor, gozo, paz, longanimidade, beneguinidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.

Estes são os nove frutos do Espírito descritos em Gálatas 5:22. Quando recebemos o Espírito Santo somos guiados por seu intermédio a fim de sermos moldados segundo o caráter de Deus, que nos foi apresentado através da vida de Cristo Jesus.

Gálatas descreve os frutos da carne e os frutos do Espírito, o Espírito é contrário a carne, por essa razão me cabe aceitar ou não a influência deste espírito sobre minha vida.

Independentemente da decisão por mim tomada está a minha salvação; sou salvo e ponto. Cristo através de seu sacrifício cumpriu o propósito de Deus que era salvar.

Quando rejeito a influência do Espírito Santo em minha vida não deixo de ser salvo; mas torno-me um ser miseravelmente salvo. Você deve conhecer alguns seres assim, são aqueles que mesmo afirmando que são “pessoas de Deus” ninguém consegue ver nenhuma conexão de Deus com ele. Pois se o Espírito não rege minha vida não manifesto seus frutos.

Meu filho Lucas é esteticamente semelhante com minha esposa. Quando anúncio a alguém:

- Olha este aqui é o meu filho!

A primeira reposta que ouço é:

- Nossa, ele não se parece em nada com você.

Sinto-me mal, por acreditar que é muito triste ser filho e não ter semelhança alguma com o pai.

Neste caso levantado no texto, que vantagem tem ser filho de Deus e não se parecer nenhum pouco com ele? Não manifestar sua beleza, seu amor, sua graça?

A única vantagem é que quando eu morrer serei salvo.

- Só isso; existe apenas há uma vantagem e só poderei gozar desta única vantagem de ser “filho de Deus” quando eu morrer? Esse é realmente o único beneficio de ser filho de Deus?

Mas para agora, hoje; não há vantagem alguma?

Recebi há algum tempo um e-mail que contava a história de um homem que vivia pedindo esmola assentado sob uma pedra, este já era conhecido por todos daquela comunidade. Quando faleceu todos resolveram fazer seu enterro, decidiram então enterrá-lo embaixo da pedra na qual ele viveu a vida assentado a esmolar. A pedra foi retirada e encontrou-se um tesouro incalculável, para ironia de todos e daquele que viveu a vida esmolando sem saber que estava sob um tesouro incalculável.

Aceitar a Cristo somente para não ir para o Inferno quando morrer é pedir esmola, sem saber que está sob um tesouro incalculável.

Miserável salvo que sou; pois vivi minha vida a esmolar. Hoje busco o verdadeiro tesouro que se encontra sob a pedra, que é a grandeza e o calibre daqueles que foram colocados a sua direita por dar de comer ao faminto, de beber ao que estava sedento, por vestir ao desnudo e por visitar ao doente e ao preso sem saber que estes eram o próprio Deus.

Por Leonardo Pessoa